Árvores retorcidas do Cerrado

O formato tortuoso das árvores do Cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento.

As árvores do Cerrado levaram milhões de anos para se adaptar  ao clima, inclusive ao fogo. Hoje elas são mais resistentes.


A partir desse esboço, e do pensamento de Darwin como um todo, ciências como a genética puderam se desenvolver a fim de elucidar o que o biólogo britânico Richard Dawkins chama de “O Maior Espetáculo da Terra"

 
Teoria da Evolução desenvolvida por Charles Darwin revolucionou a Biologia. Esboço criado pelo próprio naturalista data de 1837. Imagem: Museum of Natural History de Manhattan.

"Não sobrevive a espécie mais forte, mas a que se adapta a mudança." Charles Darwin

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A origem do Cerrado

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Origem e Evolução das Plantas

Os primeiros seres vivos da Terra surgiram no oceano. Com o passar do tempo, apareceram espécies animais que se adaptaram à vida em outros meios, como a terra e o ar. As plantas seguiram um caminho semelhante. As primeiras formas de vida vegetal, as algas, também vieram da água. Depois destas surgiram vegetais como os musgos - aqueles tapetes verdes que se formam no cimento, na pedra ou na parede depois de um período de chuvas. Apesar de viverem em ambiente terrestre, os musgos precisam de locais úmidos e com pouco sol.
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A rica biodiversidade do  bioma Cerrado pode ter se originado de incêndios naturais ocorridos dez milhões de anos atrás.

Foto de Marcelo Simon/Embrapa
A origem do Cerrado coincidiu com a maior vulnerabilidade da região a incêndios naturais e por meio de análises genéticas, foi possível investigar a evolução das adaptações das plantas do cerrado ao fogo
O fogo teve papel importante na formação da flora do cerrado brasileiro. Essa é a conclusão de um estudo publicado esta semana na PNAS por uma equipe internacional de pesquisadores, que conta com a participação de brasileiros da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A pesquisa indica que os incêndios naturais são um dos motivos que fizeram do cerrado a savana tropical com maior biodiversidade do mundo.

Plantas com mais chances de sobrevivência


A hipótese levantada pelos autores do trabalho é que a origem desse bioma coincidiu com o avanço de gramíneas sobre a região, causado por mudanças climáticas ocorridas dez milhões de anos atrás e responsáveis também pela expansão da savana em outros lugares do mundo. Por serem muito inflamáveis, as gramíneas deixaram o local do futuro cerrado vulnerável a incêndios.
Devido às novas condições climáticas, as plantas mais adaptadas a ambientes secos e mais resistentes ao fogo tiveram mais chances de sobreviver na região. Aparentemente, esse ajuste não foi difícil, já que o surgimento do Cerrado foi relativamente rápido se comparado ao de outros biomas.
As características adaptadas ao fogo presentes nas plantas dos grupos estudados – como casca espessa e raízes profundas e grossas – levaram os cientistas a concluir que os incêndios naturais ocorridos no cerrado são talvez os ingredientes decisivos que culminaram com a riqueza de espécies do bioma. Essa conclusão se junta a outras evidências científicas que apontam a importância de fenômenos específicos em uma dada região para a formação de biomas com grande biodiversidade
A vegetação do Cerrado é influenciada pelas características do solo e do clima, bem como pela frequência de incêndios. Ciência hoje

O formato tortuoso das árvores do Cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento. Quando a frequência de incêndios é muito elevada, a parte aérea (galhos e folhas) do vegetal pode não se desenvolver e ele se torna uma planta anã. Pode-se dizer, então, que a combinação da sazonalidade, deficiência nutricional dos solos e ocorrência de incêndios determina as características da vegetação do cerrado.  André Stella e Isabel Figueiredo
 Programa de Pequenos Projetos Ecossociais,
 Instituto Sociedade, População e Natureza.

Os troncos tortos podem também ser considerados como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilíneos, pois pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparência tortuosa.
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Sou esse tronco retorcido, 
de casca grossa, 
chamado corpo. 
Arbusto silvestre, 
jacarandá-do-cerrado, 
planta nativa, 
mata cativa,
 viajante alado. 

Moisés Augusto Gonçalves



Clique nas imagens para redimensionar A primeira imagem é de um lindo pequizeiro em flor.


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O meu Cerrado 



 Teus troncos tortuosos são a imagem 
 Da árida luta travada, oh vegetação!
 Nos tons beges da tua linda paisagem 
 Tens frutos, tens rosas, tens perfeição. 
 Se teus ventos sopram seca estiagem 
 Tuas nascentes matam a sede do chão 
Tua fauna assovia o canto selvagem 
 De pássaros que voam no seio da nação. 

 Deixa tua flora vestir-me, cerrado 
 Com teu manto de folhas ressequidas 
 Na noite do belo céu azul estrelado. 
 Quero apreciar tua beleza esquecida 
 Na casca grossa do tronco entortado 
 Que se retorce pela batalha da vida.  



Yuri Rodrigues Braz 
Poeta do Cerrado goiano

Fotógrafos identificados: João Guato -Humberto Russo - José Olegário - Cerrado Vivo



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