Conhecendo o pequi

A Lenda do Pequi 

“Das tuas lágrimas nascerá uma planta que se transformará numa árvore copada. Ela dará flores cheirosas que os veados, as capivaras e os lobos virão comer nas noites de luar. Depois, nascerão frutos. Dentro da casca verde, os frutos serão dourados como os cabelos de Uadi. Mas a semente será cheia de espinhos, como os espinhos da dor de teu coração de mãe. Seu aroma será tão tentador e inesquecível que aquele que provar do fruto e gostar, amá-lo-á para jamais o esquecer. Como também amará a terra que o produziu. Todos os anos, encherei, generosamente, sua copa de frutos, que os galhos se curvarão com a fartura. Ele se espalhará pelos campos, irá para a mesa dos pobres e dos ricos Quem estiver longe e não puder comê-lo sentirá uma saudade doida de seu aroma. Nenhum sabor o substituirá. Ele há de dourar todos os alimentos com que se misturar e, na mesa em que estiver, seu odor predominará sobre .todos. Ele há de dourar também os licores, para a alegria da alma”. Marieta Teles Machado

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Pequizeiro em sua florescência

O nome vem do tupi (py=espinho e ki=fruto). O pequi o símbolo máximo da goianidade é uma fruta nativa do cerrado brasileiro, muito utilizada na cozinha nordestina, do centro-oeste e norte de Minas Gerais. Dela é extraido o azeite de pequi. Seus frutos são também consumidos cozidos, puros ou com arroz e frango. Seu caroço tem muitos espinhos, e é preciso ter muito cuidado ao roer o fruto, evitando cravar nele os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas: horas no hospital para que o médico retire os finíssimos espinhos um a um. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares.

Sua história de amor com a culinária goiana começou a séculos, nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa (Cidade de Goiás), ainda no início do século XVIII. Entretanto, no rico sul goiano, mais especificamente na região que cerca a cidade industrial de Catalão, era este utilizado tão somente para a fabricação do lendário Sabão de Pequi, de reconhecidas propriedades terapêuticas, uma vez que a região era influenciada pelos triangulinos - povo de origem paulista-goiana cujo território foi anexado por Minas Gerais no século XIX, e que luta desde então pela sua independência deste Estado

O fruto do pequí é rico em óleo insaturado vitaminas A, C, E, fósforo, potássio, magnésio e carotenóides. Outro benefício do consumo do fruto detectado pelos pesquisadores é que ele retarda a ação dos chamados radicais livres, moléculas que se formam no organismo humano e provocam reação danosa às células. Essas substâncias podem levar à formação de tumores, ao surgimento de doenças cardiovasculares e ao envelhecimento.
 Os dados foram levantados em pesquisa coordenada pelo professor César Koppe Grisólia, do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília UnB.

Os espinhos do pequi são bem finos, mas penetram na  gengiva, nas bochechas quando degustados sem cuidados - Fica esperto, todo cuidado é pouco

Minha receita de pequi

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Apesar do Caliandra do Cerrado não ter como foco a culinária, passo agora a cumprir a promessa feita no post anterior, e descrevo a minha receita pessoal de como fazer uma boa panelada de pequi - promessa cumprida!
A principio, gosto dele puro para sentir seu sabor mais apurado.
Informando que uma unidade de pequi (aproximadamente 50g) possui 40 calorias.
e é muito oleoso.

Vamos lá:

15 a 20 frutos de pequi maduros, de preferência os de cor amarelo mais acentuado ou laranja forte.
2 dentes de alho amassados
1 cebola picada em quadradinhos.
1 colher de sopa de óleo de canola (ou o seu preferido).
Lave os pequis.
Numa panela grande, coloque o óleo, e doure o alho e a cebola. Em seguida acrescente os pequis que devem ser refogados por uns 5 minutos, mexendo sempre. Após, coloque aproximadamente 1 litro e meio de água, o sal, tampe a panela e deixe cozinhar sem mexer nos frutos. Durante o cozimento a água deve ser reduzida aproximadamente a 2 xícaras de chá. Teste com a colher se estão cozidos, e se não, acrescente mais água aos poucos. Sua polpa deve estar bem macia.
Se for do seu gosto use pimenta dedo-de-moça e cheiro verde.
Há quem gosta do pequi com arroz ou frango, mas não esqueça que os frutos levam mais tempo para cozinhar, talvez o dobro do que leva o frango e o arroz. Sempre digo que necessitam de pelo menos 1 hora para estarem completamente cozidos.

O meu fica assim ao próprio molho porque prefiro seu sabor puro

A maioria das pessoas prefere cozido com o arroz

delícia perigosa

Depois de pronto, pode degustar e sua polpa, mas cuidado!! é indicado que se roa o caroço, lentamente, ao invés de mordê-lo em razão dos inúmeros e minúsculos espinhos encontrados debaixo da polpa. Não force os dentes no caroço.

Dicas importantes para comer o pequi

• Deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres (guardanapos de papel a postos).
• Deve ser levado a boca para então ser "raspado"- cuidadosamente - com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e mais dura (sinal que a polpa acabou) e parar antes que os espinhos possam ser vistos.

O sabor, contudo, vale o risco. Risco este que deixa de existir, uma vez assimilada a técnica de degustação que é de fácil aprendizado.

Hummmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!!

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