O Cerrado dos troncos sinuosos


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Balé do Cerrado

 

 "Dançando com o vento
Atuando com as nuvens"


Não tenho pensa.
Tenho só árvores ventos
passarinhos - issos.

Manoel de Barros



O Cerrado ocorre principalmente na região Centro-Oeste, em partes de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Piauí, Maranhão e na porção setentrional da região Norte. O clima da região é tropical, com uma estação seca que se estende de cinco a sete meses de duração. Aqui, ao contrário do que se verifica na caatinga, os rios não secam, embora tenham o seu volume de água diminuído.

Pequizeiro

Sou esse tronco retorcido,
de casca grossa,
chamado corpo.
Arbusto silvestre,
jacarandá-do-cerrado,
planta nativa,
mata cativa,
viajante alado.
Moisés Augusto Gonçalves


É uma região característica da parte central do Brasil. Ocupa cerca de 20% do território nacional, um total de 2.000.000 de Km2 . A vegetação de cerrado, como o nome indica, exibe árvores de médio porte, retorcidas. Normalmente não formam grupos compactos, e sim entremeados de vegetação baixa como grama e arbustos.

A vegetação se compõe de arbustos e pequenas árvores com troncos tortuosos, casca e folhas grossas, típica de climas secos. Entretanto, não há falta de água na região. Encontra-se um grande lençol de água a cerca de 20 metros de profundidade no solo. Para buscar essa água, as árvores da região desenvolvem longas raízes.


Súber espêsso: o súber ou cortiça é um tecido vegetal de proteção, presente ao redor de caules e raízes de plantas que cresceram em espessura. As queimadas são comuns na região, geralmente resultantes de descargas elétricas. O fogo é importante para a vegetação local, uma vez que algumas plantas só florescem após os incêndios. E o interessante é que a maioria das plantas do cerrado possui adaptações que as protegem contra o fogo, como, por exemplo, casca grossa no tronco.

Os troncos tortos podem ser considerados como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilíneos pois pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparência tortuosa. A espessa camada de súber (tecido formado por células mortas) que envolve troncos e galhos no Cerrado é outra característica interpretada como uma adaptação ao fogo. Agindo como isolante térmico, o súber impediria que as altas temperaturas das labaredas atingissem os tecidos vivos mais internos dos caules. Muitas plantas herbáceas (porte de erva) têm órgãos subterrâneos, onde são armazenados água e nutrientes.


Cortiça grossa e estruturas subterrâneas podem ser interpretadas como algumas das muitas adaptações desta vegetação, que lhe permite subsistir às secas e às queimadas periódicas a que é submetida, protegendo as plantas da destruição e capacitando-as para rebrotar após o período de estiagem e/ou após o fogo. Dentro do solo, a 1, 2, 5 cm de profundidade, a temperatura pode elevar-se apenas em alguns poucos graus. Uma pequena camada de terra é suficiente para isolar termicamente todos os sistemas subterrâneos que se encontram sob ela, fazendo com que mal percebam o fogaréu que lhes passa por cima. Graças a isto, estas estruturas conseguem sobreviver e rebrotar poucos dias depois, como se nada houvesse acontecido.

A rebrota depois da queimada  "como se nada houvesse acontecido".

Clique nas imagens para redimensionar - efeito LightBox

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Você conhece a Árvore de Espinhos - popularmente chamada de Maminha de Porca? Veja as fotos dessa belíssima árvore clicando na imagem abaixo.

Chegando lá você clica em cada uma e surpreenda-se.



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